Manhã de vigília -
O porquê da conversa anterior... -
Trilha sonora outonal - Um ronco familiar de motor - Ô, ô, seu moço do Beaver voador!... - Hora de ir
para a escola - Folhas mimeografadas, um cheiro marcante - Você não
existe, menino! - Um selfie avant
garde? - Animals...
"Sem dúvida, o avião é uma máquina ─ mas que
“As coisas grandes são melhor
Dizer que através um tripé gigantesco com uma máquina sem zoom fiz uma foto selfie a partir de um ponto do céu, seria narrar um sonho maluco ou um delírio qualquer meu, mas algo muito semelhante me aconteceu num certo dia daquele distante ano da graça de 1975, creio que na época de final de outono, e quiçá o mês de abril, quando o milharal do meu tio Augusto Paura, que ficava atrás da "colônia de baixo", já havia sido colhido e cortado no mês anterior.
Manhãs de vigília
Pois bem. Um certo dia, antes do horário de almoço, como sempre fazia, decidi pegar minha luneta e ir para os altos do Restilo, o lugar onde eu costumava fazer as tais vigílias, que era ficar observando ao longe os aviões que pousavam e decolavam no aeroclube da cidade, distante cerca de seis quilômetros à sudeste do lugar onde eu me posicionava.
Deixei nossa salinha de som entediado, onde meu irmão Weber ouvia sem parar a balada “Happy man” da banda Chicago, que desde o início do ano explodia nas rádios brasileiras.
- Cara, você não cansa de ouvir isso?!
- Neeeem, meu!...
Nestes dias, era sempre assim: ou ele rolava essa do Chicago ou “Only Yesterday” dos Carpenters, e tocava tanto que a gente acabava até odiando as músicas!
- Meu, põe um Bachman “II” aí, o Rush “Fly by night”! Pô, esta semana eu trouxe o “Rei Arthur” do Rick Wakeman! Puta discão! Quer música romântica linda, põe "Guinevere" prá rolar!
- Ah, meu, vá caçar sapo e não me enche o saco!
- Cara, você ainda vai furar esses discos de tanto ouvir!...
- Tá, bom, tá bom, eu vou colocar outra música!
E, para a minha surpresa, ele colocou “Guinevere”, e eu deixei a salinha e fui para o quintal ao som desta belíssima canção. Quando já ia saindo pela abertura que havia na parede do rancho, minha mãe, que neste momento pendurava roupa no varal, me interpelou:
- Aonde você pensa que vai com essa luneta?!
- Vou lá no Restilo ver os aviões do aeroclube.
- Mas já está quase na hora do almoço! Não vai demorar!
- O quem tem para comer hoje,mãe?
- Comida!...
- Não fez uma das receitas gostosas da coleção Forno & Fogão?
- Tá pensando que somos ricos, menino?!
- Ué, então o que que a senhora fez com o envelopinho que veio de brinde, o de tempero de tomilho? Não era para temperar o Carneiro à Francesa ou o Presunto à Califórnia?
Weber e Wenilton Daltro, no rancho(em ruínas) dos fundos da nossa terceira e última casa, que dava para um campo. Usina Palmeiras, 17-11-1998. |
- Quando?!
- Se depender de mim e do teu pai, nunca!...
- Ué, então porque a senhora mandou eu comprar o fascículo?!...
Ela não deixou barato:
- E, por acaso você tem uma maquinona daquelas da Como Funciona?!...
Engoli seco, aí saindo pela abertura do rancho, tomei a direção do Restilo.
Na verdade, desde setembro do ano anterior eu vinha investindo os trocados que meu pai me dava na coleção Os Bichos, de modo que não poderia pedir mais grana à ele, que já andava chiando com o dinheiro gasto, pois a coleção parecia não ter fim. Gostei muito da Como Funciona, pois o primeiro número era sobre fotografia, num exemplar em que eles dissecavam à fundo uma máquina fotográfica do tipo reflex, meu sonho de consumo já naquela época.
Desnecessário dizer que, por esta época, aviões os eram uma constante em minha vida, seja com os jatos da Força Aérea de Pirassununga que vinham treinar nos céus da Usina, seja pelos aeromodelos da Revell que eu comprava para montar.
E o que havia sobre tema na Biblioteca Municipal, bem como alguns exemplares da revista Combate, eram devorados por mim. Assim, a surpresa com que fui brindado nesta manhã – que é o motivo principal da presente história –, vinha ao encontro de meus gostos e anseios deste período tão rico e instigante de minha vida.
Imagem hipotética de um avião Beaver se aproximando da Usina, onde se vê os canaviais do lado sul da mesma, por onde o avião surgiu. Foto: março 1988 |
Ele foi se aproximando pelo lado leste, veio “de fianco”, glissando com um vento lateral, e deu a impressão que ia passar tão baixo que, ingênuo, cheguei a pensar que ele ia tirar uma fininha das chaminés da Usina!... Prendi minha respiração... Engano desfeito, fazendo um sobrevoo, ele passou e seguiu caminho adiante, mas ao chegar próximo da colônia de cima, começou a inclinar-se de leve e fazer uma curva graciosa à esquerda, indo para o lado Oeste, o que deu a entender que, estranhamente, estava retornando para o local de onde viera.
Quando imaginei que ele fosse seguir caminho, ele fez uma nova curva para o lado Leste e voltou a sobrevoar a Usina! Mas, que aeronave intrusa era esta que ousava violar o espaço aéreo da Usina? E o quê o seu piloto queria ali, naquele fim-de-mundo àquela hora da manhã?! O que ele buscava nestes céus nunca dantes navegado, pelo menor para ele, acredito?!
Foi quando tive um estalo: "Mas, caramba, ele deve estar fotografando a Usina!"
E lá em cima, ele continuou a fazer evoluções sobre o lugar – talvez umas cinco voltas –, e eu simplesmente limitei-me a segui-lo com minha luneta. Fiquei muito feliz, pois nas curvas que fazia podia-se ouvir quase que os mesmo sons característicos que os barulhentos T-6 faziam em suas evoluções com a Esquadrilha.
Uma pergunta me veio à mente: "Teria o piloto me visto lá de cima?"
Vibrando com a visão, torcia mesmo para que tivessem fazendo fotos da Usina, e, obviamente, para que eu saísse em pelo menos numa delas! Sabia que, voando àquela altura, era possível a equipe me captar com uma máquina, mesmo porque do chão era possível ver o piloto na janela do avião. Afinal, acredito que a equipe não sabia que eu estava ali, que, muito provavelmente, olhavam o conjunto, o todo, e não os detalhes.
Tendo a equipe uma vista global do conjunto formado pela Usina e arredores, com certeza eles, lá de cima, tinham uma visão muito mais bela do que a que eu tinha estando limitado ao chão, mas era lindo ver aquele avião colorido com aquele seu ronco incrível fazendo evoluções em meio àquele azulíssimo céu de brigadeiro que só as manhãs de início de outono têm.
Mas, ah, quem me dera poder, com a força do pensamento mágico que toda criança tem, fazê-lo atender ao meu modesto pedido, o de que me fotografasse ali!...
O avião que me fotografou, o De Havilland DHC-2 Beaver, prefixo PP-ECF, que era o avião utilizado pela antiga e extinta VASP AEROFOTOGRAMETRIA. |
Pesquisas na internet buscando-se aviões de aerofotogrametria utilizados pelas empresas do gênero no Brasil na época, me levaram a concluir que era o De Havilland DHC-2 Beaver, prefixo PP-ECF, o avião utilizado pela VASP AEROFOTOGRAMETRIA, um modelo utilizado nas décadas de 60 e 70 em espionagens aéreas na Guerra do Vietnam, e amplamente no Canadá e Estados Unidos por empresas de táxi aéreo, até os dias atuais.
Isnaldo Coutinho Pereira e Carlos "Julião" Matias, no Restilo, 19-1-1975. Ambos já são falecidos. |
Enfim, após algumas voltas algo lentas e à baixa velocidade, onde os ruídos de seu potente motor reverberaram incrivelmente pelos contrafortes dos prédios e matas da Usina, o avião não fizera uma nova curva para o lado Leste, e, endireitando suas asas, voltou-se para o lado Sul de onde viera, retornando sabe-se lá para onde.
do Beaver voador
me leve com você
para onde você for!"
O Beaver, um avião que se tornou popular após um famoso acidente
O Beaver de Gauchie perdido no lago Samandre. |
Robert Gauchie após o resgate de 1º de abril de 1967. |
É muito provável que minha mãe ― que era leitora ocasional desta pequena revista ― a tenha lido e se interessado pela história, uma vez que era um assunto de sua estima: acidentes aeronáuticos, cujas histórias lia nas mais variadas revistas da época. Digo isso, pois, várias vezes, enquanto esteve convalescente de um tratamento contra câncer entre os anos 1979 e 1981, ela se comprazia em narrar todos os acidentes aeronáuticos que tomou ciência e gravara em sua memória às pessoas que a visitavam diariamente. Eu mesmo ouvi cheguei a ouvir algumas destas histórias, que, com boa memória, ele contava com emoção e precisão de detalhes, impressionando os adultos e crianças que a rodeavam. Deitada no sofá da sala de visitas, era comum ela entreter as pessoas por horas a fio com estas comoventes e tristes histórias, aliás, assunto de que trato em outro capítulo.
Não vou bancar aqui o insensato (e pretensioso) de querer traçar um paralelo entre a minha história e a do Gauchie, que, obviamente, nada há de comum entre elas a não ser o fato de que ambos estávamos sozinhos quando vimos Beavers passando por sobre nossas cabeças. A história lembra sim um famoso filme, o clássico “O Voo da Fênix”, lançado em 1965 ― filme que assisti no começo da década seguinte ―, em que um avião cargueiro atravessando o deserto do Saara levando trabalhadores de uma empresa petroleira sofre uma avaria em uma tempestade de areia e é obrigado a pousar. A tripulação sobrevivente sabe que está fora da rota e dificilmente alguém os localizará ali. Um dos integrantes tenta ir em direção ao oásis mais próximo, a 190 quilômetros, mas suas chances são mínimas. O piloto acaba sendo obrigado a ouvir um engenheiro alemão, que faz um projeto para construir um novo avião com as partes que sobraram do que caiu. Sem alternativas e com a reserva de água e comida terminando, a tripulação começa a trabalhar no projeto, e surge a Fênix, nome com que um deles batiza o novo avião. A diferença e a ironia em ambas as histórias, é que, no caso de Gauchie, sua sobrevivência
O avião Fênix e o cargueiro do qual ele se originou. |
Trilha sonora outonal
Muito provavelmente, por estes dias, eu andava com uma bela música rodando em minha cabeça, uma obra-prima de um disco recém-adquirido (Fish Rising, foto), a peça “Sun Song”, integrante da “Solar Musick Suite”, do guitarrista inglês Steve Hillage. Acordar numa manhã de abril e botar um disco desses para rodar era quase vivenciar uma epifania!...
Ouça aqui esta belíssima peça do rock progressivo inglês:
Ainda sucesso também por esses dias, uma belíssima música outonal tomava de assalto as rádios, a tocante “As Flores de Abril”, com o Vinícius de Morais em parceria com o Toquinho, uma marcha-rancho –, um estilo que ninguém mais compõe hoje em dia –, uma canção que fala das coisas belas do mês de Abril:
Tudo é pura visão
E a natureza transforma a vida em canção.”
E a fértil e inspirada dupla não parou por aí, e pela voz terna da atriz e cantora Marília Barbosa, colocou outra belíssima canção outonal nas paradas, que fazia parte da trilha sonora de uma novela do momento, “Fogo Sobre Terra”. A canção era “Uma Rosa Em Minha Mão”, a mesma que, estranhamente, oito anos depois, o próprio Toquinho canibalizou – ou se autoplagiou – para compor o megassucesso “Aquarela”, aquela pequena maravilha que levou crianças e adultos do Brasil e da Itália ao delírio:
Ter meu céu, ter meu mar, ter meu chão
Ver meu campo florir
E uma rosa se abrir na minha mão”
Eu e minha luneta no campo atrás da "colônia de baixo", no lugar conhecido como "canto de muro", a observar o céu. Ano: 1974. Considero esta foto a mais importante e emblemática de minha vida! |
– Que fome! Espero que no cardápio do almoço minha mãe tenha feito uma daquelas guloseimas da Forno & Fogão!...
Adentrando pela abertura dos fundos do rancho, à minha espera estava o último filhote (abaixo) parido pela nossa pastora alemã, a Barka, que foi um filhote único, nascido em março, e o mais lindo de quantos ela pariu. Ele correu para mim todo feliz como se há tempos não me visse. Tomei-o ao colo e brinquei um pouco com ele, antes de entrar em casa.
Durante o banho, voltei a matutar sobre o quê aquele estranho avião fazia nos céus da Usina, e só uma sessão de fotografia aérea me parecia plausível. Afinal, que outros motivos haveria? Além do mais, a Usina já possuía expostas no escritório outras fotos aéreas feitas em anos anteriores, como a que foi publicada no fascículo Nº 1 da revista Geoturismo, lançada em 1970.
Na escola, contei sobre o fato para os amigos com os quais tinha afinidade sobre estes assuntos, e eles foram unânimes em afirmar que o avião devia
O último filhote de nossa pastora alemã, a Barka, em 28-4-1975 |
Nas semanas seguintes, muitos outros aviões passaram por sobre a Usina, mas nenhum era igual à esse, nem fizeram as mesmas manobras que fez. E esse belo avião, para frustrar minhas expectativas, nunca mais voltou ali.
Mesmo assim, nunca mais revendo-o, o Beaver viria a se tornar mais um dos “aviões da minha vida”, tanto por sua beleza quanto pela história em que me vi envolvido, e “documentado”... Sua imagem ficou como que impressa em minha mente, integrando assim a galeria dos inúmeros objetos aéreos que encantaram toda a minha meninice.
Por esta época, trabalhando no setor de exportações, meu pai costumava fazer horas extras à noite no escritório da Usina, e eu sempre pedia para que ele me levasse consigo – era quando eu aproveitava para datilografar as fichas dos discos de rock que ia comprando, como, p. ex., as dos discos do Alice Cooper, fichas que guardo até hoje.
Mimeógrafo FACIT. Década de 1970. |
O álcool interagindo com a tinta do papel estêncil tinha um cheiro muito peculiar e agradável, apesar de dizerem que era tóxico para alguns – sabíamos de professores e alunos que tinham dor de cabeça ao sentir esse cheiro durante as impressões. Mas que aluno neste mundo se esqueceu desse seu cheiro nostálgico e “gelado” quando os mestres distribuíam as folhas impressas na hora das provas ou trabalhos? Tinha alguns que achavam esse cheiro o melhor do mundo – e, com certeza, eu estava entre eles! Havia também quem, mal as provas eram entregues, já ia metendo o nariz na folha só para lhe sentir o aroma!... Era quando o professor advertia em alto e bom som:
– É para fazer a prova com a caneta, e não com o nariz!...
Wenilton Daltro, Valmir Caetano e Toninho Prata, no guichê do escritório da Usina, 19-1-1975. Abaixo desse guichê ficava a foto feita pelo avião. |
- Dá uma olhada ali na parede abaixo do guichê.
Ali estava um grande e novo quadro colorido, uma foto gigante protegida por um vidro grosso e moldura de madeira. Me aproximei para vê-lo mais de perto e tive um baque! Nele, se via uma tomada panorâmica aérea da Usina tendo a colônia onde morávamos ao fundo. Comecei a analisá-lo e, logo atrás das casas, notei um pequeno detalhe que me intrigou – detalhe este que para muitos passaria despercebido, mas que imediatamente chamou minha atenção. Ali, em meio ao campo, via-se uma manchinha clara com forma humana. Era uma criança! Imediatamente, me recordei do avião forasteiro de semanas atrás!... Não me contive e gritei de emoção:
– Caramba, mas este menino sou eu! O piloto "atendeu" ao meu pedido!
E era eu mesmo, em meu próprio elemento, olhando para o avião que passava e fotografava as dependências da Usina...
Sim, leitor, eu não voei em carne e osso naquele avião a não ser em pensamento, mas te afianço que raras vezes naqueles dias meus pés subiram tantos palmos acima do chão como nesta noite após ver-me retratado nesta foto: eu saltava de alegria!
– O que foi, Wenilton?
– Corre aqui ver, pai, corre!
Ele se aproximou, e eu, apontando para o campo atrás da colônia, lhe disse:
– Olha, pai, olha, este aqui sou eu!
Ele olhou, olhou, franziu a testa e emendou:
– Que você daonde, menino! Onde já se viu!
– Sim, pai, sou eu mesmo!
E ele, não acreditando no que eu dizia, tive de deixá-lo à par da verdadeira história.
Após ouvi-la, ele desabafou:
– Você não existe, Wenilton!
Soube que, na manhã seguinte, conforme os amigos do escritório iam chegando para o trabalho, ele não se fazia de rogado em mostrar à todos a foto aérea da Usina em que o seu filho estrelava, aquele curioso menino parado em meio ao amplo campo a olhar um belíssimo avião que sobrevoava a Usina fotografando-a!...
Em 1970, havia cinco empresas de Aerofotogrametria no Brasil e elas não davam conta de tudo, tanto serviços havia pelo imenso País, mas, neste santo dia, teve uma “ponta de filme”, e ela foi gasta em closes de minha terra!... Assim, alguém teve um tempinho para passar por ali ─ pelos céus da Usina ─ e fazer uma foto aérea ─ menos da Usina que minha ─, e, certamente, a primeira e única do gênero sobre mim, porém, uma foto proibida, feita fora do controle governamental!...
Mencionei lá no início deste texto a foto conhecida atualmente como dronie, e digo que, hoje, uma foto panorâmica da Usina estando eu ali no mesmo lugar só seria possível e acessível usando-se um dos aparelhos responsáveis por elas, ou seja, o também citado drone, porque com um avião de fotogrametria ela seria quase impossível. Tudo bem: minha foto não foi um selfie propriamente dito, e, além do mais, foi uma foto panorâmica em que “acidentalmente” apareci e fui registrado como um mero detalhe nela; mas, convenhamos, não é todo dia que alguém passando lá nos altos do céu faz uma foto do lugar onde você se encontra, e tempos depois esta foto aparece diante de si e você está lá retratado nela. Como se vê, uma situação raríssima e inusitada.
Santos Dumont — acho que no livro “Os Meus Balões”, obra que li poucos anos antes —, disse as coisas terrenas são mais belas quando vistas de cima, e penso que a equipe de fotografia do Beaver pode observar lá de cima a bela obra arquitetônica de meus avós — os construtores dos prédios da Usina. Carlos Drummond de Andrade, certa vez sobrevoou sua Itabira num taxi-aéreo, e viu sua terra sob “um novo ângulo”, admirando “a obra dos homens na terra”. Já eu, isto sem tirar meus pés do chão, só pude ver obra de meus avós à partir do céu na foto feita por aquele avião, no que, ao contrário deles, pude ver à mim mesmo como se me observasse do céu!...
Matutando hoje, me pergunto o que poderia haver de mais belo sobrevoando os céus da Usina que este inusitado avião? Lembro-me que alguém, certa vez, vendo a foto abaixo inserida, disse-me que ela lembrava a capa do disco Animals do Pink Floyd, onde se via a famosa estação de força de inglesa, a "Battersea Power Station" e um porco inflável flutuando entre suas chaminés. Achei pertinente e resolvi fazer uma brincadeira inserindo nela o mesmo porco inflável, fazendo-o pairar entre as chaminés!... Esta cena seria sim mais bela que o Beaver que passou sobre elas!...
Imagem hipotética do porco inflável do disco Animals da banda Pink Floyd sobrevoando a Usina Palmeiras. |